domingo, setembro 26, 2010

As Novas Aventuras de Zé Pacóvio e Grilinho, de António Cardoso Lopes (Tiotónio)

Zé Pacóvio e Grilinho são duas personagens de quadradinhos criadas por António Cardoso Lopes, também conhecido como Tiotónio, com que aliás assinava muitos dos seus trabalhos, um dos primeiros desenhadores portugueses, e também editor, nomeadamente da revista O Mosquito, uma das principais revistas de quadradinhos da primeira metade do século XX, cuja popularidade foi inegável, chegando a tiragens superior a quatro dezenas de milhar de exemplares duas vezes por semana, um número considerável para um país como Portugal, mesmo nos dias de hoje.

Cardoso Lopes, nascido em 1907 e falecido no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, em 1985, para onde emigrara no final da década de 1950, começou por desenhar para a revista ABC-zinho (1921-1932) com apenas 16 anos de idade, tendo também trabalhado para outras publicações, por exemplo Tic-Tac e Có-Có-Ró-Có, de que foi director artístico. Circunstâncias diversas levaram-no a emigrar, como aliás aconteceu com outros artistas gráficos portugueses por volta da mesma época.

A personagem Zé Pacóvio, a que depois se juntou o seu amigo Grilinho, e outras personagens secundárias, fez a sua aparição no trabalho com que o autor se estreou nos quadradinhos, mais precisamente no número 70 da revista ABC-zinho, datado de 21 de Janeiro de 1924. A personagem popular era oriunda de uma terreola perto da Malveira, pretendendo o autor, através dela, retratar e caricaturar alguns traços característicos do povo português da altura, um pouco na linha do Zé Povinho de Raphael Bordallo Pinheiro, um artista que muito influenciou a aprendizagem de Cardoso Lopes.

Uma interessante biografia, que contém fotografias e reproduções dos seus trabalhos intitula-se Tiotónio, Uma Vida aos Quadradinhos, da autoria de Leonardo de Sá e editada por Bonecos Rebeldes, em 2008.

O álbum que aqui apresentamos, intitulado Novas Aventuras de Zé Pacóvio e Grilinho, foi editada pelas Edições O Mosquito em Agosto de 1939, sendo o único trabalho de um autor nacional em forma de álbum a ser publicado por esta editora, de acordo com a investigação do autor da biobibliografia acima citado. Contém 12 páginas, impressas a duas cores em papel de fraca qualidade, sendo o seu formato de 26,5 por 21,5 cm, aproximadamente.

Mais tarde, a revista Jornal do Cuto (1971-1978), de Roussado Pinto, publicou um suplemento que reproduzia este álbum, no ano de 1974. Estas duas personagens vieram recentemente a dar nome aos troféus nacionais atribuídos a autores e editores de quadradinhos no âmbito do FIBDA, Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, terra a que ficou ligada à família de Cardoso Lopes, e onde o próprio autor nasceu e morou durante algum tempo.

As reproduções aqui publicadas foram digitalizadas a 72 dpi, podendo ser aumentadas para 150 dpi com um clique do rato.




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