domingo, outubro 26, 2008

Carol Day, por David Wright

Carol Day, da autoria de David Wright, surgiu pela primeira vez a 10 de Setembro de 1956, nas páginas do jornal britânico Daily Mail, tendo tido continuidade por este autor até 1967. O seu argumento, considerado algo sofisticado para a época, da autoria de Peter Meriton, narrava o quotidiano de uma modelo, dos seus relacionamentos e dos ambientes em que se movimentava, desde a alta sociedade até aos locais mais recônditos e mais escusos, passando por uma grande variedade de temas, inclusive pelo sobrenatural.

Esta série fazia eco de algumas outras séries norte-americanas, como The Heart of Juliet Jones (que em Portugal ficou conhecida como O Coração de Julieta, publicando-se nas páginas de O Primeiro de Janeiro), On Stage e Apartment 3-G, que tinham mulheres como personagens principais, e cuja temática abordava sobretudo relações sentimentais.

Mas esta série tornou-se conhecida e adquiriu bastante relevo pela qualidade artística das suas tiras, com um minucioso trabalho de desenho a caneta e a pincel, pela utilização magistral do claro-escuro, e um grande cuidado com o pormenor ao nível do retrato físico das personagens, o que, sem dúvida, contribuiu para a sua enorme popularidade.

David Wright, nascido em 1912 numa família com tradições artísticas, entre cujos antepassados se conta o pintor setecentista Joseph Wright of Derby, começou por desenhar modelos (pin-up girls), tendo o seu primeiro trabalho surgido em 1941 na revista Sketch, e durante a II Guerra Mundial os seus desenhos de belas mulheres cobriam as paredes das casernas. A sua primeira incursão pelos quadradinhos foi Kit Carson, publicado na revista Cowboy Picture Library em Julho de 1952, tendo-se seguido Judy, em 1953, para a revista Tit-Bits, tendo igualmente desenhado Jo e, posteriormente, Danger Treads Softly, em 1957, antes de se estrear com Carol Day, que chegou a ser retomada após a morte de Wright no jornal Sunday Express, em 1971, pela mão de Kenneth Inns.

Existe uma página da Internet da autoria de Roger Clark, inteiramente dedicada a esta série, cuja sequência de episódios pode ser vista através desta ligação.

Creio tratar-se de uma série que nunca foi publicada em Portugal, sendo muito pouco conhecida entre nós, apesar de ter sido traduzida para diversos países.

A tira original aqui apresentada tem o número 3706, pertencendo ao episódio 30, intitulado Gordon Grimes. O texto é colado por cima dos desenhos, sendo a dimensão do desenho de 43 por 12,3 cm e a do papel de 48,8 por 19 cm, aproximadamente.



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terça-feira, outubro 14, 2008

Histórias esquecidas 29: As Lições do Tonecas, de José de Oliveira Cosme (arg.) e José Antunes (des.)

Durante muitos anos, desde a década de 30 do século passado, que a popularidade de As Lições do Tonecas se manteve ligada a dois meios de comunicação: a rádio e as revistas de quadradinhos. Tendo surgido em 1934 no Rádio Clube Português, com o apoio da revista O Senhor Doutor, deixou de ser transmitido ainda nesse ano, para voltar ao ar em 1945. Muito mais tarde, o programa chegou ao pequeno ecrã, na Rádiotelevisão Portuguesa, com os actores Morais e Castro no papel do professor e Luis Aleluia no de Menino Tonecas. Alguns dos dilálogos radiofónicos podem ser ouvidos aqui e aqui.

Capa de uma das edições populares dos diálogos de As Lições do Tonecas.O seu autor, José de Oliveira Cosme, desde o início esteve ligado aos programas radiofónicos, tendo até desempenhado o papel do professor nesses diálogos humorísticos e que muito divertiam quem os ouvia. Mas o seu surgimento nos quadradinhos só viria a ocorrer na publicação Mundo de Aventuras, com desenhos de José Antunes.

José de Oliveira Cosme esteve ligado à Agência Portuguesa de Revistas durante vários anos, a editora do Mundo de Aventuras. As Lições do Tonecas publicaram-se nos números 386 a 398, 402 a 404 e 408 a 411, normalmente ao ritmo de uma pagina por número, mas não tenho a certeza se foi sempre José Antunes o encarregado de desenhar a série.

Muito embora graficamente não se trate de um trabalho à altura de outros do desenhador, as páginas, com um estilo caricatural, ilustravam bem os diálogos humorísticos, cumprindo bem a sua função.

Publicamos aqui um conjunto de páginas, dos números 386 ao 398, a uma cor, como era hábito em muitas publicações portuguesas, embora a impressão da cor fosse tecnicamente muito deficiente. As imagens podem ser aumentadas se se clicar sobre as mesmas.

Resolução: 300 dpi.



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sexta-feira, outubro 03, 2008

Jet-Ace Logan: duas páginas originais

Jet-Ace Logan é um herói dos quadradinhos que obteve grande popularidade em Portugal, sobretudo na década de 60 do século passado, tendo sido publicado em diversos títulos da Agência Portuguesa de Revistas, desde a colecção Espaço, até ao Condor Popular, Mundo de Aventuras, Falcão, Ciclone, entre outras.

Era originário de publicações britânicas, da editora Fleetway, como muitas outras aventuras que foram traduzidas para Portugal, entre as quais a revista Comet, de 1956 a 1959, passando depois para a Tiger, de 1959 a 1968, tendo igualmente obtido lugar na colecção Thriller Picture Library.

Reprodução da capa da revista O Falcão nº 100, de 1962, com uma aventura do herói.As histórias decorrem por volta do ano 2056, envolvendo a patrulha espacial da força aérea britânica, a RAF. Jim Logan, a quem os seus colegas chamam Jet-Ace, é um cadete espacial, sob o comando do tenente Cobb, que se envolve numa série de peripécias em diversos planetas, a começar por Júpiter, tentando combater diversas ameaças de invasões alienígenas. À semelhança de Dan Dare, havia uma personagem secundária que o acompanhava nas suas aventuras, intitulada Plumduff Charteris.

A estreia da série ocorreu na Comet número 426, datada de 15 de Setembro de 1956, terminando a 22 de Agosto de 1964, continuando a publicar-se durante mais alguns anos em repetição. O argumentista que deu origem a estas aventuras foi Michael Butterworth, e o seu primeiro desenhador foi Geoff Campion. Reprodução da capa da revista Condor Popular, volume 79, nº 7, com uma aventura do herói.Mas os argumentos passaram pelas mãos de diversos escritores, entre os quais David Motten, tendo sido diversos os desenhadores a dar forma às histórias, entre os quais Kurt Caeser e John Gillat, por muitos considerado o artista que mais marcou Jet-Ace Logan.

As páginas originais aqui apresentadas pertencem à revista Comet, números 439 e 440, de Dezembro de 1956, com desenhos de Geoff Campion. Estão montadas em conjuntos de três tiras cada uma, tendo as dimensões de cerca de 55,5 x43,5 cm para o papel e cerca de 52 x 41 cm para a mancha. Para melhor apreciação destes originais, poder-se-á aumentar as páginas clicando nas imagens.



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