sexta-feira, junho 29, 2007

Jerry On The Job, de Walter C. Hoban

Jerry on the Job surgiu em 1913, pela mão de Walter C. Hoban, ainda nos primórdios da publicação de quadradinhos nos jornais norte-americanos, surgindo no New York Journal, um dos periódicos de William Randolph Hearst, sendo logo depois distribuído pela King Features Syndicate. Tratava-se, na altura, de uma tira diária, que só veio a ter página dominical em 1921, tendo esta durado apenas até finais dos anos 20.

O principal personagem, Jerry Flannigan, tinha a aparência física de uma criança, de reduzida altura e uma cabeça bastante grande para a dimensão do resto do corpo, muito embora apresentasse já capacidades dignas de um adulto, como ser capaz de desempenhar uma série de profissões e viver uma vida independente de relações parentais, que iam desde trabalhar como paquete num escritório, empregado numa loja e até de lutador, saltitando de emprego em emprego e gerando uma série de situações humorísticas devido à sua reduzida estatura.

Após o regresso de Hoban do serviço militar prestado durante a I Guerra Mundial, período em que a série esteve interrompida, Jerry passou a trabalhar numa estação da caminhos de ferro, sob a supervisão de um personagem intitulado Mr. Givney, desempenhando uma multiplicidade de tarefas, entre as quais se destacava o acompanhamento de diversas excentricidades do chefe da estação, de que o episódio do original aqui incluído é um bom exemplo.

Mas uma das principais características desta série foi a inclusão de atitudes exageradas, que se traduziam em desmaios e quedas, como reacção emotiva a situações inesperadas ou surpreendentes, principalmente no caso de Mr. Givney, que veio trazer inovação aos desenhos, tal como o foram a inclusão de frases humorísticas espalhadas pelos desenhos (como o exemplifica a frase «Drop coins here» por cima de uma ranhura na parte lateral do cofre na vinheta nº7), e que mais tarde se tornaram habituais em muitas outras séries, tanto nos Estados Unidos como em outros países.

A popularidade de Jerry trouxe consigo o acesso ao cinema, através da realização de diversos episódios de cinema de animação, que se iniciaram com Jerry Ships a Circus, em 1916, e que se prolongaram até 1920.

Walter C. Hoban, nascido em Fidadélfia, na Pensilvânia, em 1890, começara a sua carreira como aprendiz de jornalista no diário Philadelphia North American, tendo começado por desenhar gags humorísticos relacionados com o desporto. Em 1912 passou a trabalhar para o New York Journal, para a qual criou Jerry on the Job. Já nos anos 30 terá criado outras séries, que no entanto não obtiveram grande adesão do público, o que levou o seu autor a desistir dos quadradinhos e a trabalhar para publicidade, até à sua morte em 1939. Algumas das suas tiras podem ser vistas aqui

O original aqui reproduzido é a metade inferior de uma página dominical, estando as vinhetas numeradas de 7 a 12. A assinatura Hoban surge na última vinheta, mas não apresenta data de publicação, supondo-se que terá sido publicado em 1927, como aparece escrito a lápis, na parte de trás da folha. A dimensão da mancha é de 47,1 x 26,9 cm e a do papel é de 50,3 x 28,4 cm, aproximadamente.




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terça-feira, junho 26, 2007

Texas Slim, de Ferd Johnson

Texas Slim fez a sua estreia em 1925, a 30 de Agosto, no The Chicago Tribune, enquanto página dominical. O seu autor, Ferd Johnson (1905-1996), começara a trabalhar para o jornal em 1922, tendo-se tornado assistente de Frank Willard em Moon Mullins, para o qual coloria as páginas dominicais. Sete anos mais tarde terá criado uma nova série, intitulada Lovey-Dovey.

Mas só nos anos 40 é que Texas Slim veio a atingir algum sucesso, sendo ressuscitada após ter terminado em 1928, mas agora sob a designação Texas Slim & Dirty Dalton, muito embora tenha surgido durante algum tempo como série secundária a Lovey-Dovey, publicando-se na parte superior da principal, naquilo a que os norte-americanos chamam «topper». A sua existência terminou em 1958, quando Frank Willard faleceu e Johnson assumiu a responsabilidade por Moon Mullins até 1991, sendo mais tarde assistido pelo seu filho, Tom.

Caracterizando-se pelo seu aspecto humorístico, narrava as aventuras do principal personagem, que trabalhava num rancho, e do proprietário do mesmo, Dirty Dalton, que não possuía muito bom carácter. Já na sua nova fase, a série colocava os dois principais personagens em pé de igualdade, dando no entanto maior destaque ao dono do rancho.

Não tendo atingido sequer a importância suficiente para ser publicada em tiras diárias, nem alcançando um enorme sucesso, apresentava algumas situações engraçadas, colocando alguma ênfase no contraste entre a vida citadina e o dia a dia dos vaqueiros. Chegou a ter reimpressões na revista A-1 Comics.

A página aqui apresentada está datada de 2 de Junho de 1946 e contém a assinatura do autor. A dimensão da mancha é de 58,1 x 25,4 cm e a do papel de 60,1 x 28,1 cm, aproximadamente.




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sábado, junho 23, 2007

George Wakefield

George William (Billy) Wakefield, pai de Terry Wakefield, a quem dedicámos o post anterior, e que terá sido um continuador do trabalho do progenitor após a sua morte, em 1942, foi um desenhador britânico que trabalhou para a revista Film Fun (uma publicação que teve 2225 edições, entre 1920 e 1962), para a qual criou a série The Kid, baseada numa personagem de um filme de Charlie Chaplin.

Para além de ter desenhado para outras publicações, um do seus trabalhos mais conhecidos terá sido Laurel and Hardy, a qual foi continuada pelo filho após ter-se reformado em 1938.

Os dois originais da minha colecção aqui apresentados terão sido publicados na revista Merry & Bright nº 464, cuja segunda série durou de 1917 a 1935 (a primeira terá ido de 1910 a 1917). Não estão datados nem assinados. A dimensão de cada uma das vinhetas, que terão sido cortadas de uma mesma folha, é idêntica para a mancha: 19 x 11,9 cm, aproximadamente. Apresentam alguns traços a lápis azul sobre o sino, as calças e o casaco das personagens da primeira vinheta, e ainda em alguns sombreados nas paredes em ambos os trabalhos, que não são muito visíveis na digitalização.




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quinta-feira, junho 21, 2007

Terry Wakefield

Terry Wakefield (Terence Wakefield, de seu nome inteiro) terá nascido em 1911 e falecido em 1989, sendo filho de um outro desenhador, George Wakefield, de que foi assistente desde os 14 anos de idade, «emancipando-se» a partir de 1927. Alguns dos seus trabalhos incluem a série Laurel and Hardy, para a revista Film Fun, da Amalgamated Press, mais tarde conhecida como Fleetway, mas terá igualmente trabalhado para outras publicações, como Tip Top, Bubbles e Joker.

O seu trabalho em Laurel and Hardy foi uma continuidade do trabalho do seu pai, que se tornou conhecido nos anos 20 do século passado e que se reformou em 1938, falecendo quatro anos mais tarde, e desenhou até 1959, sendo possível aqui referir ainda a série dedicada a Charlie Chaplin, com o mesmo título, ou Weary Willie and Tired Tim, The Comical Capers Of Constable Cuddlecook (ou PC Cuddlecook). A revista Film Fun, que iniciara a sua publicação em 1920, durou até 1962, quando se juntou a uma outra publicação, Buster, perdendo o título e apresentando principalmente histórias desenhadas em que figuravam personagens dos primeiros tempos do cinema.

Os originais aqui apresentados são todos de Terry Wakefield, e estão assinados, mas não datados. As suas dimensões são cerca de 12,3 x 8,3 cm para a mancha e 18,2 x 13,3 cm para o papel, relativamente ao primeiro original, com a personagem Weary Willie, desenhada em cartão, e de 12,3 x 10,8 cm para a mancha e 25,3 x 20,1 cm para o papel no caso do segundo, com a personagem PC Cuddlecook, e que se apresenta em papel de caderno.



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sábado, junho 16, 2007

Hagar the Horrible

Hagar the Horrible nasceu pela mão de Dik Browne e foi publicado pela primeira vez a 4 de Fevereiro de 1973 em 136 jornais norte-americanos, distribuído pela King Features Syndicate.

Sendo uma série humorística, as suas tiras e páginas dominicais apresentam uma situação cómica sem continuidade, representando a vida de um guerreiro Viking que se mostra constantemente insatisfeito com a sua vida quotidiana e a sua vida familiar. O seu trabalho é, obviamente, andar constantemente envolvido em pilhagens, mas no fundo o autor pretendeu representar o dia a dia de um simples cidadão da classe média que habita nos subúrbios de uma grande metrópole e que se vê a braços com uma mulher que lhe faz as mais naturais solicitações e que não o deixa preguiçar em paz ou sair com os amigos para uma noite de «copos», como seria o seu desejo, sem que isso dê azo às mais diversas discussões, uma filha adolescente, com os característicos problemas dessa fase, para além da necessidade de prover o sustento da família e ver-se confrontado com modas, com a necessidade de melhorar o seu lar e apetrechá-lo com os mais recentes e (in)dispensáveis aparelhos modernos.

É, por este mesmo motivo, recheada de deliciosos anacronismos, que contribuíram decisivamente para o sucesso que obteve ao longo dos anos, e o universalismo das situações apresentadas certamente terá feito com que, hoje em dia, se publique em mais de 2000 jornais de todo o mundo, para além de ter sido editado em livro nas mais diversas línguas.

Uma fotografia de Dik BrowneDik Browne (Richard Arthur Allan Browne, nascido em 1917 e falecido em 1989) estreou-se no mundo dos quadradinhos por alturas da II Guerra Mundial, escrevendo uma série para um periódico militar, tendo antes realizado ilustrações para o jornal The New York American e para a revista Newsweek. Em 1954, criou Hi and Louis, com Mort Walker (conhecido pela série Beetle Bailey), sendo Browne responsável pelos desenhos e Walker pelo argumento. Quer esta série, quer Hagar valeram-lhe por diversas vezes o prémio da National Cartoonist Society, o Reuben Award, bem como o Elzie Segar Award.

Após a sua morte, em Sarasota, na Florida, a série passou para as mãos do filho Chris Browne, pela qual é ainda hoje responsável.

Quanto a Hi and Louis, o desenho passou para as mãos de um outro filho de Dik, Robert "Chance" Browne, e o argumento passou a estar a cargo de Brian e Greg Walker, filhos de Mort Walker, sendo igualmente publicado actualmente.

A tira aqui apresentada está assinada por Dik Browne e apresenta a data de 10 de Novembro de 1986. A dimensão do papel é de 33,5 x 10,3 cm e a da mancha de 32,9 x 9,4 cm, aproximadamente. O © é da King Features Syndicate.

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