domingo, setembro 30, 2007

Captain Easy

A criação de Captain Easy tem alguns aspectos curiosos, muito embora não seja caso único na história dos quadradinhos dos Estados Unidos.

Tendo surgido inicialmente como personagem secundária (aquilo a que os norte-americanos chamam sidekick) na série Wash Tubbs (surgida em 1924), criada por Roy Crane, ao fim de cinco anos de publicação, mais concretamente a 6 de Maio de 1929, depressa ganhou notoriedade, acabando por tornar-se na principal personagem, tendo Wash passado a secundário. Em 1933, Captain Easy tornou-se finalmente numa série autónoma.

Vagabundo e aventureiro, possuía no entanto uma família e encontrava-se prestes a casar, o que levou o seu autor a dar maior destaque às aventuras de Wash, que depressa se viu novamente na companhia de Easy, sem que grandes explicações tenham sido dadas para o fim do noivado.

Em 11 de Junho de 1933 surgiu a página dominical Captain Easy, Soldier of Fortune, focalizada nas aventuras do personagem antes de se juntar a Wash. A grande criatividade de Crane colocou-lhe no entanto alguns problemas junto da agência para a qual trabalhava, a Newspaper Enterprise Association, já que lhe foi exigido que a distribuição da mancha gráfica na página permitisse rearranjar as vinhetas para publicação em diversos formatos. Descontente com a situação, Crane entregou a página ao seu assistente, Leslie Turner, ficando apenas com as tiras diárias a seu cargo, até 1943, quando encarregou Turner igualmente das tiras diárias, mudando-se para a agência King Features Syndicate, onde criou Buz Sawyer, devido a questões relacionadas com direitos de autor.

Por alturas do início da II Guerra Mundial, Captain Easy alistou-se no exército e Wash Tubbs acabou por contrair matrimónio, o que o levou a aparecer apenas esporadicamente junto de Easy em algumas aventuras deste, que se tornou detective privado após o fim da guerra.

Em 1949, o título das páginas dominicais e das tiras diárias passou simplesmente a Captain Easy, muito embora a designação Wash Tubbs continuasse a surgir em muitas das tiras diárias em diversos jornais. Nos anos 40 e 50, Leslie encarregou das páginas dominicais Walt Scott, seu assistente e, já nos anos 60, Mel Graff passou igualmente a desenhar as páginas dominicais. Em 1969, Turner reformou-se deixando Bill Crooks, outro assistente seu, encarregado da série, juntamente com Jim Lawrence, e até ao seu final, em 1988, Mick Casale (que integrara a equipa em 1982) acabou por encarregar-se do trabalho.

Existem algumas reimpressões da série em livro, tanto em inglês como noutras línguas. Em França, surgiram algumas colectâneas com a série, que chegou a figurar igualmente nalgumas revistas, nomeadamente na Retro BD. A sua publicação em Portugal foi esporádica, tendo sido publicada na 1ª série do Mundo de Aventuras, por exemplo, como Capitão Águia.

A tira aqui apresentada está datada de 29 de Fevereiro de 1964, possuindo © da NEA, Inc. Está assinada por Leslie Turner, e apresenta no topo a inscrição Sup. Cold Comfort, e na margem inferior a indicação manuscrita Best regards to Charlie Roberts from Leslie Turner, com assinatura do autor.
A dimensão da mancha é de 40,3 x 11,9 cm, e a do papel é de 45,6 x 15,2 cm, aproximadamente.




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domingo, setembro 16, 2007

Beetle Bailey, o Recruta Zero

Beetle Bailey, concebido e desenhado por Mort Walker, não teve uma estreia fulgurante na imprensa norte-americana, ao contrário de outras séries, já que, no seu início, era publicado em apenas 12 jornais, muito embora haja fontes que referem 50.

Nos anos 40, o autor desenhou diversos cartoons, de entre os quais se salientou Spider, rapidamente transformado numa série que apresentava um jovem universitário mais ou menos apático, que fez a sua aparição a 4 de Setembro de 1950. Tendo vendido os direitos à King Features Syndicate, esta logo sugeriu a alteração do nome do personagem para Beetle Bailey, embora nalgumas fontes esta mudança venha referida como tendo sido ditada pelo magnate da imprensa William Randolph Hearst, após ter anteriormente surgido no Saturday Evening Post.

Com a entrada dos Estados Unidos no conflito na Coreia, Walker tomou a decisão de fazer Beetle Bailey entrar no exército, para um quartel intitulado Camp Swampy, onde teve início uma longa relação com o sargento Snorkel. Esta decisão veio a estar na origem do sucesso que a tira obteve, que aumentou devido ao facto de a série ter sido criticada num jornal japonês por mostrar desrespeito para com os oficiais. Mas esta não foi a única ocasião em que alguns aspectos foram influenciados pelas mudanças sociais. Nos anos 60, foi introduzido um personagem afro-americano, um tenente que recebeu o nome de Flap; já em tempos mais recentes, o comandante, o general Halftrack, foi acusado de assédio sexual da sua secretária, Miss Buxley, junto de quem durante décadas se insinuou.

As trapalhadas de Beetle Bailey surgiram assim durante anos, tal como as dos restantes personagens, de que merecem destaque, para além do sargento, Killer, o sedutor, Cosmo, Plato, o intelectual, Zero, o provinciano ignorante, o tenente Peachfuzz, entre outros.

Curiosamente, entre nós, através das edições brasileiras, o principal personagem ficou conhecido como Recruta Zero, ficando o Zero original como Dentinho, o sargento Orville Snorkel recebeu o nome de Tainha, e o general foi baptizado como Dureza; Cosmo tornou-se em Cosme, o tenente Peachfuzz em tenente Escovinha e Miss Buxley em Dona (ou senhorita) Tetê, entre outros.

O grande sucesso de Beetle Bailey, o Recruta Zero, fez com que hoje em dia se publique em cerca de 1800 jornais em todo o mundo, tendo havido algumas edições em formato comics, muito embora – e curiosamente – com pouca expressão nos Estados Unidos. Mas entre nós, para além de ter havido alguns jornais que publicaram a tira, a divulgação fez-se através das edições brasileiras, que fizeram perdurar em Portugal os nomes dos personagens.

Houve ainda uma tentativa no cinema de animação, em 1963, através de uma série de televisão, que contudo não teve continuidade na altura, havendo a assinalar nova experiência em tempos mais recentes. E se, na altura em que encontrava no auge, não houve grande merchandising à volta do personagem, hoje em dia encontram-se à venda diversos produtos relacionados com a série, bem como reedições das suas aventuras.

Mort WalkerMort Walker, de seu nome completo Addison Morton Walker, nasceu a 3 de Setembro de 1923, no estado do Kansas, e é também autor do argumento de Hi and Lois, uma série que nasceu de uma visita de Beetle Bailey a casa da irmã Lois, e que era desenhada por Dik Browne (1918-1998), para além de também escrever os argumentos de outras séries de menor expressão, como Mrs. Fitz's Flats (desenhada por Frank Roberge), Sam's Strip (com desenhos de Jerry Dumas) e Boner's Ark (desenhada inicalmente por Walker, sob o pseudónimo de Addison, e depois por Frank Johnson).

Actualmente a série publica-se sob a autoria de Mort e do seu filho Greg Walker; Hi and Lois actualmente é publicada com argumento de Brian e Greg Walker, ambos filhos de Mort, e é desenhada por Robert "Chance" Browne, filho de Dik Browne.

A tira original aqui apresentada está datada de 1 de Setembro, sem indicação de ano, mas será de 1986, e nela surge a indicação manuscrita To Pat + Janet . Sucess! Mort Walker ’86. Está assinada por Mort Walker e não possui indicação de copyright. A dimensão da mancha é de 32,6 x 9,5 cm e a do papel é de 35,4 x 12,1 cm, aproximadamente.


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segunda-feira, setembro 10, 2007

Vinhetas soltas - 13


Vinheta de Lizzie and her comical Courtiers, por Roy Wilson (sem data)



Vinheta de Marmy and his Ma, por Roy Wilson (sem data)



Vinheta de Hab Hopper, por Jack Sparling (1942), © United Feature Syndicate



Vinheta de The Adventures of Patsy, Bill Dyer (anos 40/50), Reg. AP Newsfeatures



Vinheta de Buffalo Bill, por Fred Meagher (1955), © United Feature Syndicate, Inc.



Vinheta de Jeff Hawke, por Sydney Jordan (1962)



Vinheta de Smitty, por Walter Berndt (1962), © The Chicago Tribune



Vinheta de Captain Easy, por Leslie Turner (1964), © NEA, Inc.



Vinheta de Beetle Bailey, por Mort Walker (1986)



Vinheta de Martin Mystere, por Giancarlo Alessandrini (argumento de Alfredo Castelli?, sem data)

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