sexta-feira, maio 26, 2006

Big Ben Bolt, o Luís Euripo português

Bib Ben Bolt, que em português surgiu com o nome de Luís Euripo, devido a uma imposição de as personagens serem publicadas em Portugal com nomes portugueses, coisas do regime político que vigorava em Portugal nesses tempos, foi criado pelo argumentista Elliott Caplin, irmão de um grande desenhador, Al Capp, e pelo desenhador John Cullen Murphy, cuja maior notoriedade seria atingida ao suceder a Hal Foster na série Prince Valiant (Príncipe Valente entre nós), tendo feito a sua estreia a 20 de Fevereiro de 1950, com distribuição da King Features Syndicate, deixando finalmente de publicar-se em 1978.

Muito embora a série sobre boxe com maior sucesso tivesse sido Joe Palooka (o «nosso« Zé Sopapo, a que aqui já nos referimos), Big Ben Bolt conseguiu obter a preferência de muitos leitores, sobretudo os que apreciavam um desenho mais realista e personagens com maior profundidade psicológica. O seu nome dever-se-á, tanto quanto se sabe, a um poema de Thomas Dunn English intitulado Ben Bolt, que terá dado origem a outra personagem dos comics com este nome, muito antes da obra de Caplin e Murphy. Mas o principal personagem desta série não entrou nos estereótipos do que era habitual num lutador de boxe. Possuía um diploma universitário, e o boxe não era apenas uma forma de ganhar dinheiro, praticando-o unica e simplesmente porque gostava. Quando deixou de poder fazê-lo, devido a uma lesão, o que aconteceu por volta de 1955, acabou por enveredar pela carreira de jornalista, que durante muitos anos foi o principal assunto da acção da série.

John Cullen MurphyJohn Cullen Murphy desenhou esta série desde o seu início, com a ajuda de vários ajudantes, entre os quais se contam Al Williamson (um dos desenhadores de Flash Gordon), Alex Kotzky (desenhador de Apartment 3-G), Neal Adams (desenhador de Deadman, entre outros), John Celardo (um dos desenhadores de Tarzan), Stan Drake (que desenhou a série The Heart of Juliet Jones, publicada entre nós n'O Primeiro de Janeiro como O Coração de Julieta e também Blondie), mas ao assumir o desenho de Prince Valiant acabou por abandonar Big Ben Bolt, Capa da edição nº 772 do Mundo de Aventuras, 4ª sérieque passou para as mãos de Gray Morrow, o nome que surge na série a partir de Agosto de 1977 até ao seu final um ano depois, já que o interesse por esta temática tinha vindo a esmorecer ao longo dos anos.

Como Luís Euripo, já que é assim que é conhecido entre nós, esta série obteve enorme popularidade em Portugal, sendo publicada em diversas revistas, sobretudo no Mundo de Aventuras.

A tira aqui apresentada está assinada por Cullen Murphy numa das vinhetas, bem como na margem inferior, e apresenta data de 10 de Dezembro de 1959, e © da King Features Syndicate, nela figurando o principal personagem, bem como o seu manager e amigo que entre nós era traduzido como «apoderado». A dimensão da mancha é de45,7 x 13 cm e a do papel é de 49,1 x 14,9 cm, aproximadamente.


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domingo, maio 21, 2006

R.F.D.

R.F.D. é o título de uma série de quadradinhos que foi originariamente publicada num jornal local de New Hampshire, nos Estados Unidos, até a distribuidora King Features Syndicate a ter começado a distribuir em todo o país a partir de 1992, situação que se mantém até ao presente.
O seu autor, Mike Marland, é natural daquele estado, onde ainda habita, tendo começado a sua vida profissional numa cidade chamada Lisbon, passando pouco tempo depois a desenhar para o jornal local The Courier. Só em 1987 é que passou a trabalhar a tempo inteiro nos cartoons, nomeadamente para o jornal Concord Monitor, alguns dos quais lhe valeram já enorme polémica, sobretudo quando decidiu retratar o presidente Bush numa pose relacionada com a tragédia de 11 de Setembro.

Mike MarlandR.F.D. (que significa Rural Free Delivery, uma espécie de distribuição gratuita para as zonas rurais mais recônditas dos Estados Unidos) surgiu como tira diária no já mencionado The Courier, depois no The Union Leader, até atingir a distribuição nacional, sendo actualmente publicada apenas semanalmente. Relata a vida de uma família que vive e trabalha numa quinta, numa comunidade rural, um tipo de experiência bem conhecida do seu autor. Numa página de Internet, Marland relata a maneira como concebe e desenha a tira. O seu trabalho vai para além do desenho, sendo conhecida a sua faceta de argumentista da série Barney Google & Snuffy Smith a que aqui já nos referimos anteriormente.

A tira aqui apresentada está assinada pelo autor e é datada de 26 de Fevereiro de 2001, nela figurando uma das principais personagens. O © é da King Features Syndicate. A dimensão da mancha é de 38,5 x 11,7 cm e a do papel de 43 x 17,9 cm, aproximadamente.



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segunda-feira, maio 15, 2006

Flop Family

A série Flop Family, constituída por tiras diárias que continham em si mesmas uma piada (one gag strip) e cuja história não tinha continuidade, a não ser pela permanência das personagens, como acontece com muitas das tiras norte-americanas, numa tradição pouco utilizada em Portugal, foi bastante popular nos Estados Unidos desde o seu aparecimento sob a forma de página dominical, com o título Dad’s Family (em 1943), passando rapidamente para a forma de tiras diárias a partir de 1945 (a página dominical terá desaparecido em 1966), com distribuição da King Features Syndicate, tendo durado até 1981, ano da morte do seu autor.

O seu autor, George Swanson, nascido em 1897 e falecido em 1981, tinha-se estreado com séries como Salesman Sam, em 1920, High-Pressure Pete, e Elza Poppin para a Newspaper Enterprise Association, mas foi com Flop Family que conseguiu obter o sucesso que não havia conseguido anteriormente.

O seu estilo aproxima-se do cartoon, abandonando ao longo dos anos algumas das características típicas de anos anteriores, tais como os saltos para trás que a principal personagem dava como reacção às situações com que se confrontava, mantendo-se ainda assim alguns resquícios dessas soluções, por exemplo na deslocação do chapéu e do charuto da última vinheta desta tira, algo que era habitual nas tiras cómicas.

Creio que terá sido publicada em Portugal, muito embora não me recorde em que títulos.

A tira aqui apresentada possui o © da King Features Syndicate, está datada de 11 de Janeiro de 1975, e apresenta a assinatura do autor, SWAN. A dimensão da mancha é de 43,2 x 12,6 cm e a do papel é de 48,1 x 15,5 cm, aproximadamente.



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sábado, maio 06, 2006

Ace Trucking Co.

Criada pelos argumentistas John Wagner e Alan Grant, e desenhada pelo italiano Massimo Belardinelli, Ace Trucking Co. é uma série de ficção científica de cariz cómico que surgiu na publicação 2000 AD entre os anos de 1981 e 1986.

A história tinha como tema uma companhia de transportes espaciais dirigida por Ace Garp, um extra-terrestre com uma cabeça pontiaguda, que era o comandante do cargueiro espacial chamado Speedo Ghost, e que tinha uma tripulação bastante sui generis, tal como muitos dos personagens secundários que foram sendo introduzidos ao longo das aventuras.

Belardinelli desenhou a quase totalidade dos epidódios, tendo havido apenas a colaboração de Ian Gibson num deles. Ao longo dos anos, os próprios autores foram-se fartando da série e tentaram terminá-la por diversas vezes, sendo no entanto contrariados por uma legião de fãs que exigiam a sua continuação, até que em 1986 se publicou finalmente o último episódio.

Reprodução da capa de um dos números/programas de 2000 AD, com Ace Trucking Co. em destaqueTendo começado pelos desenhos animados num estúdio italiano, chegou a colaborar no célebre Garra de Aço, de Jesus Blasco, e desenhou para a britânica IPC e posteriormente para a Fleetway, onde se encarregou das novas aventuras de Dan Dare, e de outras séries, como Inferno, até se tornar realmente conhecido através de Ace Trucking Co., em que o seu trabalho imaginativo e de enorme rigor lhe granjeou muitos admiradores. Tendo abandonado os quadradinhos já nos anos 90, passou a dedicar-se à pintura.

A página aqui apresentada foi publicada no programa 471 de 2000 AD, com a data de 24 de Maio de 1986, pertencendo ao episódio The Doppelgarp. Não está assinada nem datada. A dimensão da mancha é de 37 x 31,1 cm e a do papel de 40,6 x 33 cm, aproximadamente.



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quarta-feira, maio 03, 2006

Little Mary Mixup

Nascido no estado do Ohio, nos Estados Unidos, a 4 de Maio de 1880, vindo a falecer em 1958, R. M. Brinkerhoff (Robert Moore Brinkerhoff) trabalhou sobretudo em ilustração (e também em pintura), tendo apenas criado uma única série de quadradinhos: Little Mary Mixup, que se estreou em 1917 no jornal New York Evening World, sendo pouco tempo depois distribuída a nível de todo o país pelo United Features Syndicate, vindo a durar até 1956, quando o seu autor deixou de desenhar.

A principal personagem – e que dava nome à série – era uma pequena rapariga com um comportamento característico das meninas da sua idade, com as típicas atitudes infantis que tanto encantam os mais crescidos, e que posteriormente vieram dar origem a um conjunto de personagens infantis que se tornaram bem mais conhecidos do que Little Mary, um tipo que ainda hoje é explorado e que normalmente proporciona uma boa quantidade de tiradas cómicas ou recheadas de ternura.

Logo que foi convidado a criar uma série pelos responsáveis do jornal para o qual trabalhava, Brinkerhoff chegou à conclusão que este tipo de personagens e de situações ainda não tinham sido explorados pelos quadradinhos e, já que não possuía descendência, criou Mary à imagem do que idealizava poder ser a filha que não tinha, envelhecendo-a ao longo dos anos, tendo-a inclusive envolvido na luta contra os nazis durante a II Guerra Mundial.

Começando por ser uma tira sem continuidade na história, ao longo dos anos transformou-se numa série de aventuras com continuidade nas tiras diárias (as páginas dominicais continuavam a não ter continuidade e serviam para criar piadas curtas à volta de alguns dos restantes personagens, como o irmão de Mary, Snooker), e chegou a tornar-se bastante popular, havendo bonecas de porcelana dedicadas à personagem, bem como bonecas de papel de recortar, chegando mesmo ao universo dos comic-books e tendo havido duas edições de Little Big Books a ela dedicados.

Creio tratar-se de uma série desconhecida no nosso país, muito embora tenha sido objecto de edição em alguns países europeus.

A tira aqui apresentada está assinada pelo autor, é datada de 14 de Fevereiro de 1927 (o último algarismo do ano aparece rasurado à mão), e tem o © do N.Y. Eve. Word. A tira terá sido eventualmente cortada, daí que a dimensão da mancha seja exactamente a mesma da do papel: 52,2 x 12,8 cm, aproximadamente.



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