segunda-feira, junho 27, 2005

Superman

A primeira tira do personagem a que hoje se refere este post foi concebida em 1934 por Jerry Siegel (1914-1996), argumentista, e Joe Schuster (1914-1992), desenhador, ambos de Cleveland, nos Estados Unidos, para ser apresentada a algumas agências de quadradinhos para jornais, aquilo a que os norte-americanos se referem como syndicates, tendo sido rejeitada vez após vez. Superman, o «nosso» Super-Homem, surgiu pela primeira vez numa revista mensal intitulada Action Comics, quando ambos os autores se encontravam já a trabalhar para uma empresa que mais tarde viria a tornar-se a DC Comics. Superman foi publicado como sendo o personagem principal dessa revista, no seu número 1, de Junho de 1938, alcançando desde logo um tremendo sucesso, tornando-se no primeiro personagem a obtê-lo no panorama das revistas de quadradinhos, os comics. Dentro em pouco, os super-heróis pululavam nestas revistas, a partir desse herói, que esteve na sua origem.

Os criadores do Superman: Jerry Siegel e Joe SchusterEm 1939, Superman tinha a sua própria revista (que hoje valerá no mercado algo como 22.000 dólares), pela primeira vez na história dos personagens de quadradinhos e em 1940 juntou-se ao Batman na World's Finest Comics. Logo depois surgiram as tiras diárias nos jornais, programas de rádio semanais, uma série de episódios para cinema, e nos anos 40 teve início a publicação de histórias dedicadas à sua juventude, através do personagem Superboy.

Nos anos 50 estrearam-se os episódios para televisão, e os personagens secundários, como Lois Lane e Jimmy Olsen, tiveram direito a revistas próprias, sendo a altura em que apareceram novos personagens, outros sobreviventes do planeta originário do herói, Krypton, de que é exemplo a Supergirl.

Ainda em 1941 tinham surgido episódios de desenhos animados com o personagem, através dos Estúdios Fleischer, e já nos anos 70 tornaram-se famosas as longas-metragens para cinema com o malogrado actor Christopher Reeve.

Mas os direitos autorais de Superman nunca ficaram na posse dos seus criadores, tendo estes perdido diversas acções em tribunal para os adquirir, chegando a ser impedidos de escrever e desenhar aventuras de Superman, logo depois de terem sido despedidos da companhia para que trabalhavam em 1947. Tentaram então criar outros personagens, como Funnyman, mas estes nunca chegaram a atingir grande notoriedade.

Os comic-books ainda hoje se publicam e continuam a ter sucesso, muito embora a concorrência seja cada vez maior, já que outros super-heróis foram surgindo ao longo dos anos e ganhando a preferência dos leitores de quadradinhos, muito embora tenha havido tentativas que lograram alcançar enorme êxito, como o foram as histórias escritas por Alan Moore.

Foram - e continuam a ser - diversos os artistas envolvidos na série dedicada ao personagem, quer no que diz respeito às revistas, quer às tiras diárias e páginas dominicais dos jornais. De entre estes, merecem destaque Wayne Boring (o segundo desenhador), Curt Swan (o terceiro desenhador), Kurt Schaffenberger, Neal Adams, José Luis Garcia-Lopez, John Byrne, Dan Jurgens, Mike Grell, e muitos outros, de entre os mais recentes merecendo destaque Mark Verheiden ou Ed Benes, que possui um fotoblog com alguns dos seus trabalhos.

Diversas foram as publicações que apresentaram as aventuras deste herói no nosso país, de que valerá a pena destacar o Mundo de Aventuras. Mas foram sobretudo as publicações homónimas brasileiras que mais divulgaram muitas das suas histórias, nomeadamente pela EBAL.

A página que aqui apresento, muito embora não esteja assinada nem datada, foi desenhada por Joe Staton (lápis) e Kurt Shaffenberger (tinta), tendo sido publicada na revista da DC Comics DC Comics Presents Superman & Blue Devil número 96, de Agosto de 1986 (página 5).

As suas dimensões são de 38,1 x 25,2 cm para a mancha e de 41,5 x 28,2 cm. para o papel, aproximadamente.





Etiquetas: , ,

segunda-feira, junho 13, 2005

Rantanplan

Rantanplan, apelidado de o cão mais estúpido do Oeste, surgiu pela primeira vez na aventura de Lucky Luke, Sur la piste des Dalton (na tradução portuguesa Na Pista dos Dalton), em 1960, pela mão do grande desenhador a argumentista belga Morris, de seu verdadeiro nome Maurice de Bevere, nascido a 1 de Dezembro de 1923 e falecido a 16 de Julho de 2001. O sucesso do personagem foi enorme, tendo vindo a possuir aventuras próprias em La Mascotte (A Mascote), dando origem a uma série de histórias que Morris acabou por entregar a outros desenhadores, entre os quais se encontram Michel Janvier e Bob De Groot.

Janvier, nascido em 1954, em França, trabalhara desde 1977 como desenhador para diversas publicações e empresas, e, desde 1982 para a editora Dargaud, colaborando no álbum de Lucky Luke Le Ranch Maudit (O Rancho Maldito), em 1986. Até 1997, desenhou nove álbuns da série dedicada a Rantanplan, continuando a desenhar e a publicar, actualmente para a editora Glénat.




Bob de Groot, nascido em 1941 na cidade de Bruxelas, veio a abraçar a carreira da nona arte pela influência de Maurice Tillieux, tendo trabalhado como desenhador para a famosa revista Pilote, a convite de René Goscinny, e também para a Spirou e a Tintin, onde criou as aventuras de Robin Dubois. Mais tarde, abandona o desenho para se dedicar exclusivamente aos argumentos. Colabora com Morris em algumas das histórias de Lucky Luke e de Rantanplan, tendo ganho em 2001 um prémio como melhor argumentista do ano.

Quer Lucky Luke quer Rantanplan são sobejamente conhecidos em Portugal, onde possuem diversos ábuns editados.

As duas meias pranchas aqui apresentadas possuem características distintas. A primeira está desenhada a lápis e assinada por Bob deGroot, possuindo no verso da folha A4 em que está desenhada uma dedicatória («UN BON ANNIVERSAIRE P' MON MEILLEUR AMI BIJOUS PHILIPPE», e assinado Bob), não apresentando qualquer data, mas tendo a indicação 760 no canto inferior direito. A dimensão da mancha é de cerca de 27 x 19 cm.

A segunda está desenhada a tinta da china sobre papel de desenho, e apresenta a assinatura M. Janvier na margem junto ao canto inferior direito, fora do desenho. O tamanho do papel é de 32,3 x 22,8 cm e a mancha é de 29,9 x 19,6 cm, aproximadamente. Não possuindo data, tem a indicação 499 no canto inferior direito do desenho.





Etiquetas: , ,

sexta-feira, junho 10, 2005

José Manuel Soares

José Manuel Soares nasceu a 7 de Setembro de 1932 no Alentejo, tendo colaborado na revista Diabrete em 1950, e posteriormente desenhado histórias para um suplemento infantil do jornal Diário do Norte.

A sua carreira prosseguiu no Cavaleiro Andante, onde publicou as histórias A Ala dos Namorados (com argumento de Artur Varatojo) e De Angola à Contracosta, posteriormente editadas em álbum. Desenhou também para as revistas Lusitas, Mundo de Aventuras, Fagulha, entre outras, chegando mesmo a colaborar com a editora brasileira EBAL. Já em 1990, foi editado pela Câmara Municipal de Odemira um álbum dedicado à vida de Luís Vaz de Camões, com desenho seu e argumento de Raul Costa.

Dedicando-se igualmente ao desenho publicitário, à ilustração e à pintura, possui uma galeria própria em Leiria, tendo já realizado diversas exposições de pintura.

O presente desenho a tinta da china sobre papel cavalinho foi elaborado para a Tertúlia BD nos anos 80, que continua a ser dinamizada pelo incansável Geraldes Lino, não estando contudo datado. A sua assinatura, J.M.Soares figura no canto inferior direito. A dimensão da mancha é de 25 x 21 cm, aproximadamente, sendo a dimensão do papel um A3, ou seja, 42 x 29,7 cm.



Etiquetas: ,

sexta-feira, junho 03, 2005

Mickey Finn

Frank E. Leonard, mais conhecido como Lank Leonard, nasceu a 2 de janeiro de 1896 e veio a falecer em 1 de Agosto de 1970. Para além de ter inicialmente estado ligado ao cinema de animação para as Bray Productions, trabalhou também em ilustração para jornais desportivos, antes de lançar a série que lhe daria fama e proveito, Mickey Finn.

Baseando-se num polícia de giro de uma grande cidade norte-americana, a ele se ligaram diversos personagens secundários que vieram dar corpo às histórias, que se caracterizavam mais pelo humor e pela densidade psicológica do que por uma violência gratuita, como era o caso de boa parte das séries de então. Lançada em 1936, obteve grande sucesso, sendo distribuída pelo McNaught Syndicate, a partir da figura do polícia de origem irlandesa, que constituía uma boa parte do corpo policial das grandes metrópoles nos Estados Unidos. Não era um personagem que se envolvesse em violentos tiroteios com grandes barões do crime, como acontecia com Dick Tracy, antes patenteando a sua acção por acções típicas de um polícia de giro: pequenos roubos, um ou outro aldrabão característico dos pequenos bairros, ajuda a crianças e idosos para atravessar as ruas, o que o tornava um calmeirão simpático e sempre pronto a ajudar.

As páginas dominicais, que surgiram algumas semanas depois das tiras diárias, a 21 de Fevereiro de 1937 (e que duraram até 28 de Novembro de 1960), davam destaque a um dos personagens secundários, Uncle Phil, que era frequentemente alvo de ocasionais aldrabices e que funcionava como contraponto humorístico.

A série foi alvo de algumas reedições em revista a partir de 1937, tendo até tido uma com o seu próprio título entre 1942 e 1949, e ainda em 1952.

Morris Weiss, assistente de Leonard, encarregou-se de lhe dar continuidade quando este se reformou em 1968, publicando-se até 1976, já longe do sucesso anterior e da distribuição em mais de 300 jornais norte-americanos. Em Portugal nunca foi publicada, segundo creio, e é praticamente desconhecida.

A tira aqui apresentada está assinada por Lank Leonard e apresenta apenas dia e mês (21 de Fevereiro), sem qualquer referência ao ano de publicação. A dimensão da mancha é de 43 x 11,3 cm e a do papel de 44,2 x 12,8 cm, aproximadamente.



Etiquetas: , ,

Get Free Shots from Snap.com