sexta-feira, janeiro 28, 2005

Twin Earths

Alden   McWilliamsPouco conhecida em Portugal, tendo sido apenas publicada no Jornal do Cuto, a série de Alden Spur Mac Williams, ou Al McWilliams, como assinava, Twin Earths, estreou-se em Junho de 1952, tendo sido concebida para um dos «sindicatos» que distribuem séries pelos jornais norte-americanos, o United Feature Syndicate (UFS). Inicialmente, esta série teve como argumentista Oskar Lebeck, tendo McWilliams assegurado também o argumento a partir de 1957, e dado-lhe continuidade até 1963.

Al McWilliams nasceu em 1919, em Greewich, Connecticut, tendo frequentado a New York School of Fine and Applied Arts, e faleceu em 1993. Estreou-se como desenhador em revistas, antes de se impor como um dos pioneiros dos comic books a partir de 1935. Desenhou séries como Captain Frank, Hawks, Gangbusters, Space Cadets, Flash Gordon e Stratosphère Jim em 1941, e ainda Skid David em 1939, ou Spitfire, Atlantic Patrol, Captain Flag e Destroyer 171. Mais tarde viria a desenhar uma outra série que, em Portugal, foi publicada no Mundo de Aventuras, Davy Jones. Foi desenhador assistente de John Prentice em Rip Kirby e de Leonard Starr em On Stage.

Capa do nº   1 da reedição de Twin EarthsA série Twin Earths foi muito bem recebida na Europa, já que focava um assunto bastante interessante: o facto de haver um planeta idêntico à Terra na mesma órbita, mas do lado oposto, escondido pelo Sol. Este planeta gémeo estava cientificamente muito mais avançado do que a Terra, e enviava naves (discos voadores) regularmente ao nosso planeta, cujas agentes eram sobretudo do sexo feminino e extremamente bonitas, o que certamente contribuiu para atrair uma boa parte dos leitores masculinos para a série.

O desenho é bastante naturalista, tendo no entanto uma componente muito importante de ficção científica, sobretudo devido às naves espaciais e às propostas arquitecturais e aos avanços científicos que tinham origem nessa sociedade mais avançada e que, devido ao decorrer da história, acabaram também por influenciar o desenvolvimento científico e tecnológico na Terra. No entanto, há a observar que McWilliams não se conseguiu libertar das influências da época em que a série foi desenhada, já que a indumentária e o aspecto visual dos personagens estão muito ligados aos finais dos anos cinquenta e inícios dos anos sessenta. Mas esse é mais um motivo de interesse a apreciar.

Existem algumas reedições norte-americanas da série, embora não na sua totalidade, que teve sempre um aspecto que é recorrente nas tiras e páginas dominicais publicadas nos jornais daquele país: o facto de as tiras diárias e as páginas dominicais contarem histórias independentes uma da outra, algo a que na Europa não é habitual, aliás porque não existe esta tradição, e também devido à diferença de públicos leitores para as tiras diárias e para os suplementos dominicais.

Como inicialmente se disse, esta série foi publicada em Portugal pelo Jornal do Cuto, embora não na totalidade. estreando-se no número 124, do Ano 3, de 17 de Dezembro de 1975, com o título Mundos Gémeos. Existem ainda alguns episódios «soltos» publicados noutras revistas, nomeadamente n'O Falcão.

A tira aqui representada está datada de 9/4 de 1962 e assinada por A. McWilliams e O. Lebeck. A dimensão da mancha é de 49 x 13 cm e a do papel de 53 x 16,8 aproximadamente.



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