segunda-feira, janeiro 31, 2005

Uma heroína: Modesty Blaise

Peter O'DonnellModesty Blaise é uma criação de Peter O'Donnell, tendo surgido pela primeira vez a 13 de Maio de 1963, no The London Evening Standard.

Tendo sido apreciada em primeiro lugar na Europa, só na década de 70 começou a ganhar notoriedade nos Estados Unidos, onde as séries publicadas em jornais têm uma muito maior expansão.

O seu criador, britânico como a heroína da série, após ter-se dedicado a algumas aventuras para rapazes e a algumas historietas românticas para o público feminino, decidiu criar uma figura feminina que se caracterizasse pela força interior, mas também física, pela desenvoltura, pela capacidade de resistência à maior das adversidades, mas também pela simplicidade e modéstia, daí o seu nome, Modesty.

Para desenhar a série O'Donnell estabeleceu contactos com um dos maiores desenhadores britânicos, Frank Hampson, criador de Dan Dare, a que esperamos vir a referir-nos mais tarde, mas o argumentista não ficou satisfeito com a maneira como Hampson estava desenvolver a personagem e optou por um desenhador com quem já havia trabalhado na série Romeo Brown, Jim Holdaway.

Na série, o nome de Modesty foi-lhe atribuído por um companheiro a quem a personagem se ligou, após uma adolescência em que aprendeu a viver à sua custa pelas ruas de Londres, um antigo professor de nome Lob que, tal como ela, vivia onde calhasse. O último nome, Blaise, escolheu-o ela mesma, a partir do nome do mágico que ensinou o mago Merlim. Mais tarde veio a chefiar um grupo criminoso internacional intitulado The Network (A Rede), tendo-se retirado do mesmo para viver num apartamento de cobertura em Londres, já bastante rica. O seu parceiro de aventuras, mas de modo algum parceiro a outro título, é Willie Garvin, um conhecimento dos tempos da rede criminosa. Um dos seus amigos, Sir Gerald Tarrant, um antigo alto funcionário público, foi o responsável pelas muitas aventuras em que colocou Modesty Blaise, após esta se ter retirado do mundo do crime.

A série obteve logo um sucesso tremendo, tendo sido realizado um primeiro filme em 1966, apresentando como protagonistas Monica Vitti e Terence Stamp, para além de Harry Andrews e Dirk Bogarde, e um outro em 1982, para televisão, com Ann Turkel, Lewis Van Bergen e Keene Curtis nos principais papéis.

Após a morte de Jim Holdaway em 1970, sucedeu-lhe Enrique Romero, tendo este desenhado a série até 1978, regressando seis anos depois para lhe dar continuidade até que esta deixou de ser desenhada. Durante este lapso, houve diversos desenhadores que se encarregaram da tarefa de desenhar Modesty Blaise. Peter O'Donnell escreveu todos os argumentos da série, desde o seu início até ao fim, em 11 de Abril de 2001, quando se retirou, aos 81 anos, sendo inclusivamente da sua autoria os argumentos de ambos os filmes.

As aventuras de Modesty Blaise caracterizam-se pela intrepidez das cenas e dos principais personagens, bem como por algum erotismo, o que levou a que diversas cenas de nudez tivessem sido censuradas nos Estados Unidos e em Portugal, no período anterior ao 25 de Abril de 1974, em que muitas das zonas do corpo a descoberto eram pura e simplesmente pintadas para não haver sugestões de índole sexual, havendo diversos cortes de vinhetas mais ousadas, não sendo portanto apenas no cinema que a censura se impunha, sendo até muito intensa nas publicações dedicadas à juventude.

Existem diversas reedições da série, nomeadamente nos Estados Unidos, através da revista Comics Revue/Review, da Manuscript Press, ou através da editora Ken Pierce Books, e ainda da Titan Books.

A tira aqui representada está assinada por Romero e, como muitas das tiras britânicas, não está datada, mas sim numerada, possuindo a indicação 8925. A dimensão da mancha é de 47,3 x 14,7 cm e a do papel de 50 x 18,3 cm, aproximadamente.












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domingo, janeiro 30, 2005

Notícia: Quadradinhos recebe troféu


Estou «inchado». O site Gazeta do Blogueiro acabou de atribuir um prémio a este blogue, e fez um destaque na sua actual edição.

Desde já aqui ficam os meus agradecimentos.

E pelos vistos acrescem as responsabilidades. Espero continuar à altura.

Dois filmes sobre quadradinhos

Capa da edição portguesa em DVD Capa da edição portuguesa em DVD











Para variar, aqui fica a recomendação de dois filmes sobre histórias aos quadradinhos (continuo a não gostar do galicismo banda desenhada).

O primeiro, Ghost World, Mundo Fantasma em português, é sobre a obra do desenhador Daniel Clowes com o mesmo nome e que Daniel Clowesconta a história de duas amigas que, após terminarem os estudos secundários, têm algumas dificuldades em se integrarem na sociedade e em encontrarem o seu próprio caminho. Não deixa de ser um filme sobre a adolescência e a entrada no mundo adulto, contudo com uma visão desencantada da realidade e muito sui-generis. Aqui se destacam duas jovens actrizes: Thora Birch e Scarlett Johansson, para além da boa interpretação de Steve Buscemi.

O filme é de 2000 e foi realizado por Terry Zwigoff, contando com o próprio desenhador como argumentista.


O segundo é American Splendor. Baseada na obra do artista Harvey Pekar, relata-nos a sua vida como empregado num arquivo num hospital, a sua amargura, a sua amizade com Robert Crumb, autor, por exemplo, de Fritz the Cat, e o nascimento de uma história aos quadradinhos, o lançamento da revista com o título da série, que acaba por andar à volta da vida e das experiências do próprio desenhador. Harvey PekarÉ uma autobiografia algo amarga, mas que conta com momentos de algum bom humor (negro).

Datado de 2003 e contando com a realização de Shari Springer Berman e Robert Pulcini, o argumento deste filme foi igualmente escrito por Harvey Pekar e por Joyce Brabner. No principal papel, encontramos Paul Giamatti, até então praticamente relegado para papéis secundários no cinema.

Johnny Hazard, aliás «João Tempestade»


Frank Robbins, o autor de Johnny Hazard, baptizado em Portugal como João Tempestade, estreou-se com esta série da sua própria autoria no dia 5 de Junho de 1944, fazendo do personagem principal, Hazard, um piloto de combate. Esta série teve como característica o facto de ter sido desenhada, desde a sua criação até ao seu desaparecimento, sempre pelo mesmo autor.

Robbins nasceu em Boston em 1917, demonstrando desde cedo uma propensão para o desenho. Ganhou uma bolsa para o Instituto Rockefeller aos quinze anos, tendo porém que deixado de estudar para poder trabalhar.

Em 1939 havia já começado a trabalhar para a Associated Press na série Scorchy Smith, após o abandono da mesma por Noel Sickles, passando inclusive a produzir pranchas dominicais, a cores, as quais obtiveram grande sucesso. A Associated Press era uma das muitas agências (ou syndicates) de desenhadores e havia grande competição entre todas elas, para angariar clientes e vender as suas produções, as quais eram depois publicadas no maior número possível de jornais, tentando atrair artistas e criando uma competitividade em termos de salários, o que fazia com que os melhores artistas se sentissem tentados pelas melhores propostas. Havia, porém, um problema para os artistas: os direitos autorais não lhes pertenciam, mas sim aos «syndicates», o que fazia com que alguns artistas que tinham criado certas séries se despedissem e as mesmas tivessem continuidade pela mão de outros desenhadores. Will Eisner, de quem já aqui falámos, sempre se recusou a ceder nos seus direitos autorais, tendo realizado diversas tentativas de criação da sua própria agência.

Foi o King Features Syndicate, um dos mais poderosos de então, que fez uma aliciante proposta a Frank Robbins: produzir a sua própria série, com total liberdade criativa. Assim nasceu Johnny Hazard.

A série iniciou-se com Hazard num campo de prisioneiros na Alemanha, assistimos à sua fuga e ao seu retorno ao combate como piloto da força aérea. No entanto, com o final da guerra, Robbins teve que inventar outras situações, lançando Hazard em novas e trepidantes aventuras, muitas vezes no Oriente, tal como aliás aconteceu com Steve Canyon, de Milton Caniff.

Com o aparecimento da «guerra fria», Hazard passou a estar envolvido em espionagem e no combate aos países do lado de lá da «cortina de ferro».

O estilo de Robbins baseava-se em grande parte no contraste claro-escuro, com uma perfeita utilização das sombras, e com grande mestria no desenho a pincel. Inicialmente utilizando bastante a fotografia e modelos para a criação dos desenhos, mais tarde viria a abandonar esta técnica para se centrar unicamente na imaginação.

O Mundo de Aventuras nº 757, cuja capa é dedicada a «João Tempestade».Robbins chegou a desenhar para a Marvel e a DC, nomeadamente aventuras de heróis como o Capitão América e Batman, para além de outras histórias que tivessem como temática a guerra.

Em 1977, deixou de desenhar Johnny Hazard, dedicando-se à pintura até à sua morte, em 1997.

Foi o Mundo de Aventuras que popularizou a série entre nós, sendo depois publicado por uma série de revistas. Existem diversas reedições de episódios da série, mas, como em muitos outros casos, não foi ainda publicada nenhuma colectânea das suas aventuras completas.

As tiras que aqui apresento estão datadas de 22/10 e de 21/11 de 1968 e assinadas por Frank Robbins. A dimensão da mancha é de 46,5 x 13,7 cm e a do papel de 51,6 x 17,3 cm, aproximadamente.

Tira de 22 de Outubro de 1968.








Tira de 21 de Novembro de 1968.









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sábado, janeiro 29, 2005

Flash Gordon


Flash Gordon teve a sua estreia como página dominical nos jornais norte-americanos a 7 de Janeiro de 1934, tendo como desenhador e argumentista Alex Raymond. Em 1940, devido ao êxito obtido, começou a ser publicada uma tira diária, pela mão de Austin Briggs, que a abandonou para se ocupar das páginas em 1944, quando Raymond foi cumprir serviço militar na marinha, sendo as tiras diárias abandonadas.

Auto-retrato de Alex Raymond, rodeado pelas suas criações.Em 1948, Mac Raboy passa a desenhar as páginas; em 1951 as tiras diárias são retomadas, tendo Dan Barry assumido essa tarefa, estando o argumento a cargo de Harvey Kurtzman, sendo o desenhador assistido, entre outros, por Al Williamson, Frank Frazetta, Fred Kida, Bob Fujitani e Harry Harrison. Após a morte de Mac Raboy, em 1967, Dan Barry passa a desenhar as páginas dominicais. Em 1990, Bruce Jones (argumento) e Ralph Reese (desenho) tornam-se responsáveis pelas tiras diárias e pelas páginas dominicais, com a ajuda posterior de Gray Morrow. Em 1993, as tiras diárias deixam novamente de serem publicadas. Em 1996 Jim Keefe assume o papel de argumentista e de artista das páginas dominicais, com a ajuda de diversos assistentes, entre os quais Brian Bilter, Mark McMurray, Loston Wallace, Michael T. Gilbert, Al Williamson, George Evans, John Romita e Joe Kubert. Em 2003, devido a problemas contratuais, Jim Keefe deixa de trabalhar na série.

Flash Gordon e o Dr. Zarkov.Flash Gordon e Dale.A série Flash Gordon foi uma criação do King Feature Syndicate, tendo sido escolhido para a sua criação o desenhador Alex Raymond, também responsável por Agent X9 (Agente Secreto X-9), Rib Kirby, Tarzan, Jungle Jim (conhecido em Portugal como Jim das Selvas), e reconhecido como um dos maiores desenhadores de sempre. O argumento esteve também a cargo do escritor de ficção científica Don Moore.

Flash Gordon tornou-se um combatente do crime a nível inter-galáctico, juntamente com o seu amigo cientista Dr. Zarkov, cuja invenção de um foguetão espacial é o mote para o desencadear das aventuras, e a sua eterna namorada Dale Arden, em Portugal muitas vezes traduzida como Dália. Na sua primeira aventura conseguem alcançar o planeta Mongo, habitado por diversas comunidades bastante diferentes entre si, e tecnologicamente mais avançadas do que a Terra, que é governado pelo tirano Ming, o qual se torna o arqui-inimigo de Flash. E deste ponto de partida nasceram mil e uma aventuras.

Flash Gordon foi por diversas vezes levado ao cinema. O actor Buster Crabbe encarnou por diversas vezes o personagem, mas foi com o filme Flash Gordon, de Mike Hodges (1980), que a divulgação mais recente do herói no cinema teve o seu ponto mais alto.

Em Portugal, Flash Gordon surgiu em inúmeras publicações, nem sempre muito bem tratado, já que os cortes foram inúmeros, e por vezes com outra designação. Roldan, o Temerário, foi uma delas, mais uma vez por influência espanhola, devido à proveniência de grande parte dos fotolitos utilizados.

Deste herói apresento aqui três tiras da minha colecção. A primeira está assinada por Dan Barry e datada de 30/8 de 1956. A dimensão da mancha é de 47 x 13,5 cm e a do papel de 57,2 x 17,3 cm. As outras duas são bem mais recentes. Datam de 7/5 de 1991 e 27/5 de 1991. Apenas a primeira está assinada Jones + Reese. Em ambas, a mancha é de 24,2 x 7,6 cm e o papel tem 24,7 x 8 cm.

Tira de Dan Barry.







Tira de Jones e Reese.

















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sexta-feira, janeiro 28, 2005

Twin Earths

Alden   McWilliamsPouco conhecida em Portugal, tendo sido apenas publicada no Jornal do Cuto, a série de Alden Spur Mac Williams, ou Al McWilliams, como assinava, Twin Earths, estreou-se em Junho de 1952, tendo sido concebida para um dos «sindicatos» que distribuem séries pelos jornais norte-americanos, o United Feature Syndicate (UFS). Inicialmente, esta série teve como argumentista Oskar Lebeck, tendo McWilliams assegurado também o argumento a partir de 1957, e dado-lhe continuidade até 1963.

Al McWilliams nasceu em 1919, em Greewich, Connecticut, tendo frequentado a New York School of Fine and Applied Arts, e faleceu em 1993. Estreou-se como desenhador em revistas, antes de se impor como um dos pioneiros dos comic books a partir de 1935. Desenhou séries como Captain Frank, Hawks, Gangbusters, Space Cadets, Flash Gordon e Stratosphère Jim em 1941, e ainda Skid David em 1939, ou Spitfire, Atlantic Patrol, Captain Flag e Destroyer 171. Mais tarde viria a desenhar uma outra série que, em Portugal, foi publicada no Mundo de Aventuras, Davy Jones. Foi desenhador assistente de John Prentice em Rip Kirby e de Leonard Starr em On Stage.

Capa do nº   1 da reedição de Twin EarthsA série Twin Earths foi muito bem recebida na Europa, já que focava um assunto bastante interessante: o facto de haver um planeta idêntico à Terra na mesma órbita, mas do lado oposto, escondido pelo Sol. Este planeta gémeo estava cientificamente muito mais avançado do que a Terra, e enviava naves (discos voadores) regularmente ao nosso planeta, cujas agentes eram sobretudo do sexo feminino e extremamente bonitas, o que certamente contribuiu para atrair uma boa parte dos leitores masculinos para a série.

O desenho é bastante naturalista, tendo no entanto uma componente muito importante de ficção científica, sobretudo devido às naves espaciais e às propostas arquitecturais e aos avanços científicos que tinham origem nessa sociedade mais avançada e que, devido ao decorrer da história, acabaram também por influenciar o desenvolvimento científico e tecnológico na Terra. No entanto, há a observar que McWilliams não se conseguiu libertar das influências da época em que a série foi desenhada, já que a indumentária e o aspecto visual dos personagens estão muito ligados aos finais dos anos cinquenta e inícios dos anos sessenta. Mas esse é mais um motivo de interesse a apreciar.

Existem algumas reedições norte-americanas da série, embora não na sua totalidade, que teve sempre um aspecto que é recorrente nas tiras e páginas dominicais publicadas nos jornais daquele país: o facto de as tiras diárias e as páginas dominicais contarem histórias independentes uma da outra, algo a que na Europa não é habitual, aliás porque não existe esta tradição, e também devido à diferença de públicos leitores para as tiras diárias e para os suplementos dominicais.

Como inicialmente se disse, esta série foi publicada em Portugal pelo Jornal do Cuto, embora não na totalidade. estreando-se no número 124, do Ano 3, de 17 de Dezembro de 1975, com o título Mundos Gémeos. Existem ainda alguns episódios «soltos» publicados noutras revistas, nomeadamente n'O Falcão.

A tira aqui representada está datada de 9/4 de 1962 e assinada por A. McWilliams e O. Lebeck. A dimensão da mancha é de 49 x 13 cm e a do papel de 53 x 16,8 aproximadamente.



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quinta-feira, janeiro 27, 2005

Rip Kirby

Rip Kirby, uma das melhores séries sobre detectives, foi iniciada por Alex Raymond em 1946. Tal como aconteceu com o autor, Kirby é um ex-oficial da marinha que se torna detective particular.

O pano de fundo das suas aventuras é a alta burguesia de Nova Iorque, e um traço particular desta série é o retrato psicológico das suas personagens. Não se trata já da aventura pura que encontramos em outra das séries do autor, Flash Gordon, mas surge-nos um mundo do crime que tem muitas afinidades com a chamada série B no cinema e com o romance noir da literatura, justificando tantas vezes o crime como produto de uma sociedade em que o sistema económico que predomina é frequentemente injusto e a tentação está presente mesmo nas classes económicas abastadas.

O estilo de Raymond em Rip Kirby é realista, mostrando belas mulheres e um ambiente social elitista, partindo muitas vezes da fotografia e do desenho com base em modelos, envolvendo uma grande pesquisa de época, tanto a nível de ambientes como de adereços. A propósito da série, Raymond chega mesmo a declarar: "Estou sinceramente convencido de que a arte dos quadrinhos é uma forma de arte autónoma. Reflecte a sua época e a vida em geral com maior realismo, e, graças à sua natureza essencialmente criativa, é artisticamente mais válida do que a mera ilustração. O ilustrador trabalha com máquina fotográfica e modelos; o artista dos quadradrinhos começa com uma folha de papel em branco e inventa sozinho uma história inteira - é escritor, director de cinema, editor e desenhista ao mesmo tempo".

Numa fase posterior, ao autor juntou-se o argumentista e ex-repórter policial Fredd Dickenson em 1952. Mas após a sua morte, em 1956, a série passou a ser desenhada por John Prentice, que possuía um estilo muito semelhante ao de Alex Raymond.

Em Portugal, muitas das suas aventuras foram publicadas em revistas, nomeadamente no Mundo de Aventuras.

A tira aqui apresentada foi desenhada por John Prentice e nela consta a sua assinatura. Data de 30/9 de 1971, e as dimensões da mancha são de 44,8 x 13 cm e as do papel de 48,3 x 17,2 cm, aproximadamente.











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quarta-feira, janeiro 26, 2005

Dick Tracy, de Chester Gould

Chester GouldChester Gould nasceu em Pawnee, no Oklahoma, a 20 de Novembro de 1900, tendo as suas primeiras ilustrações sido publicadas num jornal local quando tinha apenas 7 anos. Gould frequentou uma escola de artes no Oklahoma entre 1919 e 1921 e depois decidiu mudar-se para Chicago, e aí frequentar a Universidade de Northwestern, tendo-se licenciado em 1923.

A sua primeira tira de banda desenhada foi produzida em 1924 para a companhia Hearst e intitulava-se Fillum Fables, tendo-se seguido outras tiras para o jornal "Chicago Tribune", entre as quais The Girlfriends, antes de lhe surgir a ideia de produzir um novo tipo de tira que conseguisse destacá-lo dos restantes desenhadores.

Por essa altura, Chicago era dominada pelos gangsters. Foi o auge de Al Capone, e estes criminosos eram reverenciados pela imprensa e pelo público. Gould achava que era demais. O público necessitava de heróis a quem pudesse admirar e não de bandidos. Então decidiu criar um detective para lutar contra esses foras-da-lei. Quando mostrou a sua mais recente criação ao editor, Joseph Patterson, um polícia de queixo quadrado e maneiras duras, Patterson sugeriu que ele lhe alterasse o nome de Plainclothes Tracy para Dick Tracy. E foi aí que se fez história.

Sendo o primeiro detective da banda desenhada, Tracy rapidamente se tornou o modelo para uma enorme variedade de bandas desenhadas de detectives, incluindo Dan Dunn e Red Barry.

Dick TracyDesde o início que os bandidos que habitavam o universo de Tracy eram os protótipos dos super-vilões actuais. Essas personagens de mau carácter eram vilões com um aspecto grotesco cujo aspecto físico mostrava bem a corrupção e a mentalidade criminosa que os dominava. Stooge Viller, Doc Hump, Boris Arson, the Blank, Littleface Finny, Pruneface, the Mole, BB Eyes e, evidentemente, o imortal Flattop. Alguns destes vilões tornaram-se tão famosos que, muito embora tendo surgido apenas num único episódio, ficaram bem gravados na mente dos seus leitores. Quarenta e cinco anos depois de o criminoso Flattop ter morrido afogado ao tentar escapar ao detective, ainda Gould recebia correio dos seus fãs a seu respeito. E ainda hoje se mantém como um símbolo do mal.

Mas as personagens não foram um contributo isolado de Gould para este meio de expressão. Ele criou um estilo único que viria a ser copiado por dezenas e dezenas de desenhadores ao longo dos anos. Tendendo para uma utilização massiva de negro, o seu estilo chiaroscuro (claro-escuro) simbolizava a luta do bem contra o mal. Tinta preta contra um espaço em branco era a sua ferramenta.

A moralidade em Dick Tracy era inescapável. O vilão The Brow, na sua tentativa de fugir a Tracy, mergulha de uma janela para acabar por se espetar num mastro de bandeira quebrado, Boris Arson e o seu bando são dizimados por um bando de tigres que guardavam o seu próprio esconderijo, e o bandido 88 Keys, tentando esconder-se num pequeno buraco durante uma tempestade de gelo em Chicago acaba por sufocar e morrer congelado. Era a maneira de Gould contribuir para o castigo dos crimes contra a sociedade.

Após muitos anos, Chet Gould decidiu finalmente que já fora demais e, em 1977, entregou a tira à equipa constituída por Max Allen Collins e Rick Fletcher. Desde então, Fletcher foi substituído pelo desenhador que colaborou com Gould durante muitos anos, Dick Locher, embora Fletcher tivesse também sido colaborador de Gould.

Chester Gould morreu a 10 de Maio de 1985, mas a sua ideia de justiça continua a prevalecer por todos os cantos do mundo na personagem que criou.

A série Dick Tracy virá a cumprir 75 anos de existência a 4 de Outubro de 2006. Foi levado ao cinema por diversas vezes, nomeadamente em séries, sendo no entanto mais conhecida a versão de 1990 do realizador e actor Warren Beaty cujo título era apenas Dick Tracy.

Existem algumas reedições da série, embora muito incompletas, sendo alguma delas as seguintes:
Da Blackthorne Press, Dick Tracy Monthly e Dick Tracy Weekly, dos números 1 a 99;
Dick Tracy: The Thirties, Chelsea House, New York, 1978;
Dick Tracy: America's Most Famous Detelective, Citadel Press, New Jersey, 1987;
The Celebrated Cases of Dick Tracy, Wellfleet Press, New Jersey, 1990.

Existem ainda reedições da série já com Max Allan Collins como argumentista, nomeadamente as da Checker Book Publishing e alguns volumes de colectâneas. Em Portugal, Dick Tracy foi publicado no Mundo de Aventuras e no jornal Lobo Mau.

A tira abaixo representada é já de uma fase tardia. Está datada de 14 /1 de 1970 e é assinada por Chester Gould. A dimensão da mancha é de 42 x 12,3 cm e a do papel de 56,3 x 18,5 cm, aproximadamente.












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terça-feira, janeiro 25, 2005

Desculpas, com aviso


Um pedido de desculpas aos comentadores, mas como mudei para o Haloscan os comentários voltaram a zero e tomaram sumiço.
Renovo as desculpas e peço aos amigos e visitantes para comentarem mais e mais. Até à saciedade. Obrigado.

Jeff Cobb


A série de Pete Hoffman, Jeff Cobb, foi uma das mais importantes sobre o mundo do jornalismo. Tendo-se estreado a 28 de Junho de 1954, perdurou até 1978, cumprindo um total de mais de cem episódios.

Jornalista para o Daily Guardian, este jornalista louro e que utilizava os punhos sempre que era necessário, envolveu-se numa enorme quantidade de peripécias, tal como acontece à maior parte dos personagens das histórias em quadradinhos, só que neste caso grande parte delas derivava de investigações jornalísticas por si efectuadas. Mas algumas iam muito para além da realidade «normal» de um jornalista, como caçar o abominável homem das neves ou perseguir criminosos de guerra.

Jeff Cobb conseguiu sobreviver a todas essas aventuras, perdendo inclusive um dos olhos num dos mais excitantes episódios da série e tornando-se ainda mais popular, com a venda preta que passou a usar daí para a frente. Esta série foi publicada em mais de uma centena de jornais nos Estados Unidos, e ainda na América do Sul e no Canadá, e mais tarde na Europa, tendo-se popularizado em Portugal nas páginas do Condor Popular e do Ciclone, sofrendo embora muitos cortes.

O traço de Pete Hoffman caracteriza-se por ser claro e fino, com utilização de caneta e algum pincel.

A tira aqui representada é datada de 6/2 de 1973, e está assinada pelo autor. A dimensão da mancha é, aproximadamente, de 45,5 x 14,1 cm e a do papel de 52,4 x 17,9 cm.











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segunda-feira, janeiro 24, 2005

Zé Sopapo, aliás Joe Palooka


Joe Palooka, o «nosso» Zé Sopapo, foi criado por Ham Fisher e iniciou a sua publicação a 19 de Abril de 1930, tendo continuado até 1984, tornando-se uma das séries com maior sucesso nos comics norte-americanos e também a nível internacional.

O personagem principal, que deu o nome à série, era um homem proveniente das classes baixas, que sabia apenas jogar ao boxe, vindo a tornar-se campeão mundial de pesos pesados. Mas a principal qualidade de Joe Palooka era a sua humanidade, o que não deixa de ser de todo estranho num personagem cujos méritos se limitam ao boxe. Como disse uma vez um crítico desta série, «Joe personificava os ideais da maior parte dos americanos adultos: levava uma vida simples, tinha as virtudes de um escuteiro, e uma bondade inata». Mas também sabia ser duro e ter acessos de cólera se alguém lhe pisasse os calos.

Foi sempre um homem humilde, que subiu na vida à custa dos punhos, e que entrou na guerra como simples soldado raso. O seu «manager» e amigo era Knobby, um personagem algo nervoso, que estabeleceia o contraste com Joe.

Em Portugal, Joe Palooka, ou melhor, Zé Sopapo, foi sobretudo publicado na minúscula versão das revistas Condor Popular e Ciclone, em que as tiras sofreram inúmeros cortes e mutilações, tendo embora aí ganho alguns fãs, entre os quais me encontro, sobretudo pela qualidade do desenho, entre o realista e o caricatural. Não é fácil encontrar reedições da série, nem em publicações norte-americanas. Há apenas algumas edições que reeditam aventuras de uma forma isolada e não sistemática.

A tira que aqui incluo adquiri-a há algum tempo no ebay, e possui a montagem de um painel, o primeiro, em relação aos outros dois. Está assinada por Ham Fisher e data de 23 de Setembro, não havendo menção a ano, mas será certamente da década de 60. A dimensão da mancha é de 50 x 14,5 cm e a do papel de 50,3 x 15 cm.









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domingo, janeiro 23, 2005

Mutt e Jeff

A série Mutt and Jeff foi inicialmente publicada no San Francisco Chronicle, em 15 de Novembro de 1907. Desenhada por Harry Conway «Bud» Fisher, surgiu inicialmente com o título de «A. Mutt», só mais tarde vindo a ganhar o título dos dois personagens, quando o desenhador abandonou o jornal onde se publicava e, querendo manter os direitos de autor, passou a utilizar esse título na série. Em 27 de Março de 1908, Mutt travou conhecimento com o baixinho Jeff num hospício. E tornaram-se inseparáveis.

Bud Fisher foi um dos primeiros desenhadores a publicar tiras de quadradinhos nos jornais norte-americanos, que até então estavam praticamente limitadas aos suplementos dominicais. Há quem considere mesmo a primeira «tira» a surgir a título diário e dando continuidade aos personagens. Essas tiras vieram tornar conhecido o nome de «comic-strips» e, ao contrário das páginas dominicais, eram publicadas a preto e branco.

A parelha Mutt and Jeff, até certo ponto precursora de Laurel and Hardy, o Bucha e Estica, era composta por dois indivíduos da classe trabalhadora, com todos os seus vícios e virtudes. Mutt era o mais alto, viciado nas apostas de corridas de cavalos e Jeff o mais baixo, ostentando um comportamento completamente bizarro, raiando a loucura, o que não é de estranhar, dado o lugar onde Mutt o conheceu.

Dos diversos desenhadores assistentes de Bud Fisher, foi Al Smith o que mais se destacou, tendo começado a trabalhar nela em 1932 e nela se mantendo até 1980, praticamente até ao final da série, que ocorreu em 1982. Em 1933, surgiu a personagem do gato do filho de Mutt, nomeado Cicero's Cat, criado por Smith, que passou a assinar com o seu nome as tiras e páginas em 1954, após a morte de Bud Fisher.

Em 1939, após terem já surgido em diversos títulos no formato comic-book, nomeadamente em Famous Funnies, a DC Comics deu-lhes o seu próprio título, que mais tarde passou a ser publicado pela Dell Comics e pela Harvey.

A tira aqui representada data de 1963 e está assinada por Al Smith. As suas dimensões aproximadas são de 44,6 x 14,2 cm. Nela figuram Mutt e, no painel central, Cicero's Cat.

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sexta-feira, janeiro 21, 2005

Capitão América


Capa da primeira edição da revista dedicada ao personagem, que hoje em dia vale qualquer coisa como 115.000 dólares.

O Capitão América nasceu numa altura em que os exércitos de Hitler punham grande parte da Europa a ferro e fogo, tendo, até certo ponto, contribuído para elevar o espírito patriótico norte-americano.

Com o seu uniforme que patenteava a bandeira dos Estados Unidos, que também figurava no seu escudo, originariamente com um formato quase triangular, diferente do arredondado que numa fase posterior passou a ostentar, foi mais um dos super-heróis que começaram a surgir por esta altura a possuir uma identidade secreta: o seu nome «verdadeiro» era Steve Rogers.

Criado por dois jovens autores que trabalhavam por conta própria, Jack Kirby e Joe Simon (ambos desenhavam e escreviam os argumentos), foi inicialmente ditado pela editora Timely, que mais tarde daria lugar à Marvel. A primeira edição data de Março de 1941, tendo contudo sido distribuída antes, em Dezembro de 1940.

A intenção dos autores era criar uma personagem pouco agressiva, mais defensiva do que ofensiva, muito embora tivesse como intenção chegar ao próprio Hitler, combatendo-o com os próprios punhos. A personagem pretendia de início inscrever-se nas forças armadas, tendo sido rejeitado devido a problemas físicos; no entanto, um cientista, que dava pelo nome de Dr. Abraham Erskine, vinha efectuando experiências para criar super-soldados, e Steve Rogers voluntariou-se para tal, tornando-se numa máquina de combate, graças a um soro especial e a uns raios vita. Infelizmente a fórmula morreu com o cientista, que foi alvo de um assassinato nazi.

O Capitão América, do início até à actualidade.O Capitão América tinha um jovem companheiro, chamado BuckyBucky, que o acompanhou nas incursões contra Hitler e os nazis na guerra europeia, particularmente o vilão Red Skull.

Tendo-se posteriormente dedicado ao combate ao crime, em 1961 Bucky morreu durante uma das aventuras, e na explosão que aí aconteceu O Capitão América foi atirado ao mar, tendo desaparecido, até ser encontrado em estado de animação suspensa no ano de 1964, aventura que surgiu já por mão da editora Marvel.

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Dados sobre o personagem:

Capitão América - Nome Verdadeiro Steve Grant Rogers.

Ocupação Actual - Líder dos Vingadores

Ocupações Anteriores - Soldado, polícia, professor, ilustrador, agente especial.

Local de Nascimento - Nova Iorque, E.U.A.

Estado Civil - Solteiro

Base de operações - Nova Iorque

Grupo em que participa actualmente - Vingadores

Altura - 2,01 m

Peso - 99,88 kg

Olhos - Azuis

Cabelos - Loiros

Poderes - Força, agilidade, velocidade, vigor e resistência a ferimentos muito acima da média humana.

Fonte de poderes - Organismo fortalecido pelo Soro do Super-soldado.

Armas - Escudo de titânio com liga de adamantium.

Primeira Aparição - Captain America Comics nº 1 (1940).

A página que aqui apresento adquiri-a há algum tempo, e não é da chamada Golden Age. :-(

Pertence à revista Captain America nº 331, de Julho de 1968.

Página do Capitão América.

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quinta-feira, janeiro 20, 2005

O «Mundo de Aventuras»

A capa da primeira edição do Mundo de Aventuras, a quatro cores. Na segunda série passou a ser publicado a uma cor e mais tarde apenas a preto e banco, havendo cor apenas na capa.

O Mundo de Aventuras começou a ser publicado em 1949, para ser preciso em 18 de Agosto desse ano, tendo terminado a sua «vida» em 15 de Janeiro de 1987.

Pelo meio ficam 1841 números publicados, em 38 anos, excluindo alguns números especiais, que podem ser consultados na ligação que incluímos aqui.

A capa da primeira revista, que tinha a dimensão aproximada de 40 x 18 cm, sendo por isso de grande formato, apresentava a personagem Luis Ciclón em destaque. Trata-se da série Steve Canyon, de Milton Caniff. O nome da personagem era o da série em Espanha, de onde provinham muitas vezes os fotolitos para impressão. Mais tarde surgiu o aportuguesamento para Luís Ciclone.

Mais tarde, já em 1959, o formato adoptado viria a ser provavelmente o mais conhecido desta publicação (21,5 x 14 cm, aprox.), daquela que se tornaria conhecida como a 4ª série. No entanto, por motivos editoriais, muitas das histórias aí publicadas sofreram enormes mutilações, com cortes de vinhetas, de tiras, de pranchas dominicais inteiras, cujas dimensões ou não cabiam no formato da revista ou se entendia serem repetitivas em relação às tiras diárias.

Foram, aliás, imensos os cortes que muitas das séries publicadas em Portugal tiveram (mas não só, nos Estados Unidos isso também acontecia - e ainda acontece), sem qualquer tipo de esclarecimento aos leitores, que eram sobretudo jovens que viam nessa leitura apenas um motivo de entretenimento, raramente tendo acesso aos originais, e com pouca propensão para grandes exigências em termos de edição. Só muito mais tarde, sendo muitos dos seguidores destas séries já adultos, se conseguiu uma visão mais global da publicação da revista e começaram a realizar-se alguns trabalhos de investigação numa área que ainda é marginal em termos de estudo no nosso país, mas que começa a ganhar alguma dimensão e estatuto no estrangeiro.

A chamada 5ª série apanhou a fase da revolução de Abril, e verificaram-se algumas alterações face ao desaparecimento da censura, que regra geral, estava muito atenta a estas publicações para jovens. Houve até a preocupação de obrigar muitos dos editores a aportuguesar os nomes das personagens, tendo então surgido Pedrito para Rusty Riley, a que já nos referimos noutro post, Luís Euripo para Big Ben Bolt, de John Cullen Murphy, que também esteve ligado ao Príncipe Valente, João Tempestade para Johnny Hazard, Capitão Relâmpago para Flash Gordon (também publicado como Roldán, mas por influência espanhola), entre tantos outros, sendo o exemplo porventura mais conhecido destas «transfigurações» o personagem Battler Briton, o «nosso» Major Alvega, acerca do qual espero escrever mais tarde, quando me referir à revista O Falcão.

A referência às séries publicadas aqui vai:

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Mundo de Aventuras - série 1 (fase 1), do nº 1 (1949-08-18) ao nº 44 (1950-06-15) - dimensões: 40 x 18 cm.

Mundo de Aventuras - série 1 (fase 2), do nº 45 (1950-06-22) ao nº 462 (1958-06-26) - dimensões: 29 x 21,5 cm.

Mundo de Aventuras - série 1 (fase 3), do nº 463 (1958-07-17) ao nº 511 (1959-06-25) - dimensões: 26,5 x 18,5 cm.

Mundo de Aventuras - série 1 (fase 4), do nº 512 (1959-07-02) ao nº 1252 (1973-09-20) - dimensões: 21,5 x 14 cm.

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Mundo de Aventuras - série 2 (fase 1), (V série), do nº 1 (1973-10-04)
ao nº 53 (1974-10-03) - dimensões: 28 x 21 cm.

Mundo de Aventuras - série 2 (fase 2), do nº 54 (1974-10-10) ao nº 502 (1983-05-26) - dimensões: 23,5 x 16,5 cm.

Mundo de Aventuras - série 2 (fase 3), do nº 503 (1983-06-15) ao nº 512 (1984-02) - dimensões: 28,5 x 20,5 cm.

Mundo de Aventuras - série 2 (fase 4), do nº 513 (1984-03-01) ao nº 589 (1987-01-15) - dimensões: 23,5 x 16,5 cm.

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Na minha colecção possuo todas as primeiras três séries, em muito bom estado, estando em fase de completar as restantes (sempre são 1841 números, caramba!), dos quais alguns números não estão em grande estado, mas tenho diversos repetidos.

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Rusty Riley

Frank Godwin criou Rusty Riley em 1948, juntamente com o argumentista Rod Reed, que também trabalhou com Jose Luis Salinas em Cisco Kid. A acção localiza-se no estado do Kentucky, e tem como personagem principal um rapaz que foge do orfanato com o seu cão, Flip, um fox terrier, acabando por ir parar a uma quinta, Milestone Farm, pertencente a um rico criador de cavalos.

Acaba por ser contratado para desempenhar tarefas na quinta, principalmente como tratador dos cavalos, e alimenta o sonho de vir a tornar-se jóquei. Faz amizade com a filha do seu patrão, Patty Miles e, sozinho ou acompanhado da sua nova amiga, acaba por envolver-se numa série de aventuras, das quais não está afastado o contacto com o mundo do crime, sobretudo aquele que gira à volta dos apostadores nas corridas de cavalos.

Godwin foi um dos mestres na ilustração à base do traço fino, efectuado com caneta e pincel, traçando sombreados e rostos de uma inigualável beleza. O seu traço é bastante realista, e os animais, sobretudo os cavalos, são admiravelmente desenhados, muito embora no início Godwin tenha cometido alguns erros que mais tarde emendou após diversas visitas à região das quintas de cavalos, Blue Grass, onde fez mesmo diversas amizades e assistiu a corridas que mais tarde vieram a ser integradas na história. A textura que imprimia às cenas de exteriores e interiores era bastante detalhada e isso certamente contribuiu para o seu êxito, tendo as histórias terminado em 1959, algumas semanas antes da sua morte.

Em Portugal, foi sobretudo o Mundo de Aventuras que publicou as aventuras de Rusty Riley, traduzido como Pedrito.

A tira que ilustra este comentário data de 20/5 de 1955. A dimensão da mancha é de 46,8 x 13,5 cm e a do papel é de 49,2 x 16,9 cm, aproximadamente.

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quarta-feira, janeiro 19, 2005

Mandrake

Tira de Mandrake de 30/6/1969








Sobre Mandrake, gostaria Fellini de ter feito um filme, com Marcello Mastroianni a desempenhar o papel. Mas este projecto nunca chegou a ser concretizado.

Mandrake, o mágico, foi criado por Lee Falk, o seu argumentista desde 1934, praticamente até à sua morte, em 1999. O desenhador convidado por Lee Falk para lhe dar corpo foi Phil Davis, sendo a sua figura inspirada no próprio Falk. De bigodinho fino, brilhantina, sempre vestido com um fato de cerimónia preto e cartola, fazendo-se acompanhar de uma bengala, Mandrake passou de mágico a herói que luta contra o crime, utilizando os seus poderes hipnóticos e de ilusionismo. Foi praticamente o primeiro super-herói, ainda antes do aparecimento do Super-Homem, que viria a ocorrer apenas em 1938. Acompanhava-o um musculado Lothar (em português, foi traduzido para Lotário), um príncipe africano, e muitas das suas aventuras andavam à volta da sua eterna namorada Narda, também ela uma princesa. O erotismo das primeiras histórias acabou por desaparecer aos poucos e poucos, bem como os fantásticos poderes de Mandrake, mais tarde praticamente resumidos ao mero hipnotismo, e também não tardaram a surgir os grandes vilões, desde o Cobra até ao 8, uma associação de criminosos que nunca se cansou de combater.

Pelo meio ficaram viagens a outros planetas, amizades com imperadores do cosmos, um enorme rol de histórias que só muito dificilmente se consegue acompanhar, já que as tiras diárias e as páginas dominicais nunca foram coligidas na íntegra em volume.

Ainda hoje se publica nos jornais norte-americanos, sendo a tira actualmente desenhada por Fred Fredericks.

A tira que ilustra este texto adquiri-a há algum tempo e está datada de 30/6 de 1969 e assinada por Falk e Fredericks. A dimensão da mancha é de 43,8 x 12,5 cm e a do papel de 47,8 x 14,7 cm.

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terça-feira, janeiro 18, 2005

Uma tira de Caniff










Comprei esta tira de Terry e os Piratas. Está datada de 15/1 de 1946 e é intitulada «Brawl Stall». As dimensões da mancha gráfica são 55 x 16,5 cm e as do papel de 58,5 x 18,5 cm, aproximadamente. Há muito tempo que desejava ter um original de Milton Caniff. Finalmente tenho um.

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